Bolsonaro e empresários de T.I. defendem fim do isolamento antes mesmo do pico de transmissão da doença e colocam milhões de vidas em risco.
Os efeitos do pronunciamento macabro de Bolsonaro em 25 de março de 2020 sobre o Covid-19 começaram a surtir efeitos poucos dias depois. Algumas peças começam se encaixar: para o capital, o lucro é mais importante do que a vida. Para os empresários, a vida dos trabalhadores tem menos valor do que cifras maiores em suas contas bancárias.
Alguns governadores coroaram o movimento seguindo o posicionamento do presidente da república contra a quarentena no país e sinalizaram afrouxar o distanciamento social em seus estados. Na mesma lógica, empresários se posicionam a favor da flexibilização do confinamento.
Essas medidas de flexibilização falharam em outros países, como nos Estados Unidos, que agora já é disparado o país com mais casos do Covid-19. Até mesmo o ministro da saúde, Luiz Henrique Mandetta, sinalizou uma possível flexibilização da quarentena em estados onde a doença ainda não chegou nos níveis de São Paulo ou Rio de Janeiro. E é essa sinalização que pode fazer estes outros estados alcançarem a mesma desgraça de SP e RJ.
O confinamento em massa se mostrou extremamente eficaz no controle do que poderia ser uma catástrofe sem precedentes em outros países. Isso foi provado até onde o vírus já caminhava a passos largos e causava mortes em grande escala. A China é o maior exemplo. O país conseguiu controlar e até zerar por dias a transmissão local da doença.
Agora que tudo começa a se encaixar no Brasil, podemos tirar uma grande conclusão. Os políticos estão sendo pressionados por quem manda no Brasil (os empresários) a colocar o lucro acima da vida dos trabalhadores. Para essa classe, o lucro é mais importante do que a vida dos parentes, amigos, companheiros dos trabalhadores e, é claro, mais importante do que a vida destes. Ouvimos declarações descaradamente genocidas vindas de grandes empresários brasileiros, que são discursos que apoiam todo esse cenário de morte. Essas declarações com certeza representam mais empresários, , mas só alguns tiveram coragem de se expor.
Os empresários do setor de TI, nossos patrões, também fazem parte do grupo de empresários que pressiona governos a afrouxar a quarentena. Em Santa Catarina, por exemplo, a Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia (ACATE), foi uma das entidades que assinou a carta enviada ao governador do Estado, Carlos Moisés, cobrando “imediatamente o planejamento da retomada da atividade econômica”.
O cenário de desgraça começa escancarar o que já sabemos: perder lucro é incabível para os empresários. Afinal, o que são “5 ou 7 mil mortes” diante de uma economia enfraquecida?
Nós, trabalhadores, juntos somos mais fortes e podemos vencer essa crise! Devemos repudiar e denunciar abusos por parte dos patrões e impedir que pensem que nossas vidas valem menos do que o lucro deles.
O Infoproletários deixa um canal aberto a ouvir a sua denúncia nesse momento tão difícil que passamos. Entre em contato e denuncie abusos da empresa que quer que você trabalhe mesmo em condições de risco para a sua vida: infoproletarios@gmail.com.
Fontes: https://veja.abril.com.br/politica/em-reuniao-com-secretarios-mandetta-sinaliza-flexibilizacao-de-quarentena/