A startup multinacional Gympass demitiu um terço dos seus trabalhadores em 3 de abril de 2020 como uma “medida necessária” para enfrentar as perdas causadas pela crise do coronavírus.
Esse é mais um caso onde o lucro está acima da vida dos trabalhadores. Nesse caso, a lógica de funcionamento no modelo startup da Gympass, utilizando-se de contratos precários, não formais e muitos acordos individuais, fragiliza a proteção que o trabalhador poderia ter nesse momento. Certamente qualquer empresa grande deveria estar preparada para em momentos difíceis garantir os salários e os empregos dos mais de 1.200 empregados. Infelizmente, não é o caso.
A Gympass foi fundada em 2012 no já citado modelo de startup, que precariza empregos e exige jornadas intensas com a promessa de ser um grande negócio. Com esse grau de exploração, a Gympass decolou e tornou-se uma gigante da tecnologia. Hoje, ela fornece passes mensais para academias para mais de 2.000 clientes corporativos para que eles possam cofinanciar seus funcionários e incentivá-los a praticar atividades físicas. Atualmente, a empresa está em 14 países, possui 54 mil academias no mundo, sendo 23 mil no Brasil, e tem valor de mercado acima de R$1 bilhão de reais.
Nesse momento, todo o discurso empresarial de responsabilidade social e melhores relações de trabalho revela-se pura hipocrisia. Quando precisa escolher entre manter os empregos dos trabalhadores ou garantir o lucro dos acionistas, a Gympass, assim como outras empresas, não hesita em jogar os trabalhadores à própria sorte.
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